Entrevista

De família de origem alemã, Gleisi Helena Hoffmann nasceu em Curitiba no dia 6 de setembro de 1965.

Formada em Direito, Exerce atualmente o cargo de Senadora da República Federativa do Brasil, representando o Estado do Paraná.

Casada com Paulo Bernardo Silva e mãe de um casal, João Augusto e Gabriela.

Através de contato a sua assessoria, a Senadora Gleisi aceitou conversar conosco.

Nosso Paraná – É fácil identificar através da sua postura e perfil que a senhora é muito ligada a família. Sua infância na Vila Lindóia em Curitiba. As lembranças com os 3 irmãos e com dona Getúlia e seu Julio. Conte-nos como foi?

Gleisi Hoffmann – 
Sou sim. A família é e sempre será ponto de apoio, como um lugar de compreensão, acolhimento e respeito. Tive uma infância boa, normal. Carinho, disciplina, estudo e diversão. Embora modesta, nunca foi difícil.

Nosso Paraná – Na adolescência a senadora estudou no Colégio Nossa Senhora Esperança, comandado pelas irmãs Bernardinas, foi em função deste período que se sentiu influenciada para entrar num convento e ser freira? Como foi a sua reação quanto ao posicionamento do seu pai em relação a isso?

Gleisi Hoffmann – 
Fiquei triste. Queria ajudar os outros e via essa possibilidade concreta na vida religiosa. Os ensinamentos cristãos sempre foram referência para mim. As freiras tinham uma ação muito intensa de caridade em torno da escola e eu queria aquela vida. Mas a formação era em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, e meu pai achou longe e não me deixou ir. Acabei estudando no Colégio Medianeira e ali aprendi que a visão cristã de igualdade e fraternidade poderia se materializar por meio da ação política.

3- Nosso Paraná – Aos 22 anos a senhora resolveu fazer o curso de Direito. Esta escolha foi exclusivamente sua ou pessoas da família tiveram influência?

Gleisi Hoffmann – 
Foi minha com ajuda da família (risos). Estava entre direito e jornalismo. O pessoal de casa deu uma força pelo direito.

Nosso Paraná – Foi no período Militar que a senhora entrou para a política. Como avalia, após 31 anos do fim deste período ditatorial que o país viveu, o fato que uma pequena parte de brasileiros ainda defendem este regime e ainda pedem o retorno deste que foi o mais trágico, em todos os sentidos, período da República do Brasil?

Gleisi Hoffmann – 
Tem muita desinformação, mas como disse você, é uma pequena parte, felizmente. Muitos são influenciados por familiares e amigos que se beneficiaram daquele período. Outros por desconhecer a história, acham que falta de informação e denúncias é igual a falta de problemas e maus feitos.

Nosso Paraná – A senhora pode afirmar que durante o governo do PT o Brasil se tornou um país onde político corrupto efetivamente vai para a cadeia?

Gleisi Hoffmann – 
Com certeza, durante outros governos, era comum a prática de engavetar processos. O PT, ao contrário, nunca interviu em nenhuma investigação. Hoje tem apuração e punição. Nunca se prendeu tanta gente com poder. Isso só aconteceu porque o PT fortaleceu as instituições e respeita a autonomia da Polícia Federal, Ministério Público e Judiciário. Hoje tem apuração e punição. Hoje se prende políticos, empresários, gente que antes não era atingida pela justiça. 

Nosso Paraná – Como a senhora avalia a gestão do governo Richa no Paraná? E gostaria que a senhora aproveitasse e resumisse a administração Fruet como prefeito da capital paranaense.

Gleisi Hoffmann –
 Um governante que bate em professores, trabalhadores na educação, não tem serventia. Não serve para governar. A violência não é o caminho do progresso. Nós apoiamos o Gustavo, e foi correto. Quebrou-se um ciclo de domínio de um grupo que usava a prefeitura para desconstruir quem não pensasse igual. A gestão atual teve muitos avanços, humanizou as políticas públicas, democratizou as relações com a sociedade. O PT ajudou nisso nos cargos que ocupou (Saúde, Cultura, Trabalho, Mulheres). Mas a relação desgastou-se durante o mandato. Erros de parte a parte e inabilidade política das lideranças não deram sustentação a aliança. Vamos ter candidatura própria. É o mais provável. E será para afirmar nosso projeto e expor nossas propostas. 

Nosso Paraná – Governo Dilma.

Gleisi Hoffmann –
 A exemplo do presidente Lula, a Dilma deu prioridade absoluta para a redução das desigualdades. Assegurou a continuidade dos programas sociais, a valorização do salário mínimo, priorizou projetos voltados para a defesa e a valorização da mulher, garantiu o crescimento na geração de empregos. Agora, estamos num momento de dificuldade, mas Dilma está tomando providências para recuperar o crescimento da economia o mais rápido possível. Confio e acredito em seu governo e estarei sempre ao lado da presidenta Dilma ajudando a dar continuidade aos avanços que conquistamos nos últimos 13 anos. Não podemos permitir nenhum tipo de retrocesso.

Nosso Paraná – Grande parte da imprensa se posiciona unilateralmente. Quando não existem assuntos, os mesmos são inventados e jogado em todos os cantos. A senhora já ficou triste ao ponto de se perguntar se isso um dia teria fim. Já teve vontade de parar?

Gleisi Hoffmann – 
Fico triste e indignada com a campanha sistemática de desconstrução do PT, da presidenta Dilma, do Lula, mas desanimada nunca. Continuamos aguerridos, fazendo o debate com a população e mostrando a realidade. Você liga a TV ou ouve rádio e tem a impressão que está no pior país do mundo. Mas é preciso lembrar que as coisas já foram piores. Já tivemos mais desemprego, fome e miséria, salário mínimo abaixo de U$ 100,00, nada de habitação popular, poucas universidades e escolas técnicas. Quem conhece a história e acompanha a política sabe disso. Criticar e divergir do governo é direito de todos, dever da oposição; mas não reconhecer o que foi feito é injusto e oportunismo.

Nosso Paraná – Qual sua maior alegria dentro da sua trajetória política?

Gleisi Hoffmann – 
Quando estava na Casa Civil tive a oportunidade de trabalhar em muitos programas e projetos que mudaram e estão mudando para melhor a vida de milhões de brasileiros. A coordenação e a estruturação de dois programas, o Mais Médicos e o Viver Sem Limite, significaram muito para mim. Foram momentos de emoção que fortaleceram minha fé na capacidade que temos de mudar para melhor a vida das pessoas.

Nosso Paraná – Agradecemos sua participação conosco e deixamos o espaço para suas considerações e uma mensagem ao povo paranaense?

Gleisi Hoffmann – 
Agradeço a toda equipe do Nosso Paraná e agradeço, principalmente, a todos aqueles que têm acompanhado e contribuído com meu mandato. Estarei sempre a serviço do povo brasileiro e, com especial dedicação, a serviço do povo paranaense. Tenham certeza de que as conversas que tenho com a população, as demandas que recebi, servirão para pautar a minha atuação em Brasília. Sempre priorizando o cuidado com as pessoas, a gestão pública, a prestação de serviços à população, a defesa de direitos, como os das mulheres, na participação e melhora na política e na inclusão social. Contem sempre comigo. Um abraço.

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