O instituto explica que o aviso de onda de calor de nível amarelo é emitido quando a previsão indica que as temperaturas máximas ficam 5ºC acima da média pelo período de dois a três dias consecutivos

O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) emitiu nesta quarta-feira (8) um alerta amarelo de onda de calor que deve atingir a região central do país nos próximos dias. Essa deve ser a segunda do ano após o período de temperaturas recordes que tornou setembro o mês mais quente da história brasileira.

O instituto explica que o aviso de onda de calor de nível amarelo é emitido quando a previsão indica que as temperaturas máximas ficam 5ºC acima da média pelo período de dois a três dias consecutivos.

Para o meteorologista Vinicius Lucyrio, da Climatempo, esta deve ser uma onda de calor histórica, com potencial de recordes mensais de novembro em Palmas, Goiânia, Brasília, Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, Cuiabá e Campo Grande.

"Estamos diante de uma onda de calor histórica, em um mês em que normalmente temos a umidade se espalhando de novo sobre o país, com chuvas amplas e volumosas, com radiação solar mais intensa e dias mais longos", diz Lucyrio no site da Climatempo. "É possível que esta onda de calor seja mais forte que a de setembro, em termos de duração e abrangência."

Por enquanto, apenas alguns municípios de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul estão sofrendo com a onda de calor, com temperaturas máximas que devem superar os 42°C nos próximos dias. Nesta quarta, alguns lugares já passaram dos 40°C, como Corumbá-MS (41,2°C), Água Clara-MS (40,5°C) e Aquidauana-MS (40,3°C).

Apesar de ainda não estarem na onda, as demais regiões também estão com temperaturas acima da média, segundo o Inmet, com máximas superando os 30°C em grande parte do país. No Tocantins e no interior do Nordeste, também foram registradas temperaturas acima dos 40°C.

Em São Paulo, o instituto registrou temperaturas perto dos 40°C nos municípios do oeste do estado, como Dracena (38,2°C), Presidente Prudente e Valparaíso (37,5°C) e Ourinhos (36,2°C).

Na capital, a máxima foi registrada na estação do Mirante de Santana, com 33,5°C, embora os relógios de rua marcassem 38°C em várias regiões da cidade.

De acordo com a previsão do instituto, o forte calor deverá continuar, pelo menos, até meados da próxima semana, com a onda se espalhando principalmente para a área central do território nacional.

"Diariamente vamos analisando os fatores meteorológicos e a intensidade do alerta, que é amarelo, deve ser alterado nos próximos dias", diz o meteorologista do Inmet Olivio Bahia. "O calor pode e deve intensificar porque a previsão está dando a continuidade até pelo menos quarta-feira."

Olivio explica que a intensidade do aviso está relacionada com a persistência do fenômeno (número de dias consecutivos com pelo menos 5°C acima da média) e não aos desvios de temperatura absolutos em si. Assim, se a onda persistir por mais de cinco dias o alerta muda para laranja e, depois, para vermelho, sempre após análise do Inmet.

Nesses períodos de calor excessivo, destaca o meteorologista, a agricultura e a pecuária sofrem. Ele diz que muitos agricultores da região Centro-Oeste estão entrando em contato com o Inmet para saberem da previsão para os próximos dias, temendo perder as sementes usadas nos plantios durante a onda de calor e, também, da possível chuva com grande volume de água que pode vir a seguir.

"Para a agricultura, o ideal é que chova por dias corridos e em menor intensidade. Se houver uma tempestade, a enxurrada pode levar as sementes", diz. Ele afirma que ainda não é possível prever quando as chuvas se tornarão mais frequentes, diminuindo o calor. "Isso terá de ser acompanhado diariamente."

das Agências

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