É a velha história: quem muito quer, com nada fica. Estimulado pelo “papai”, o empresário e apresentador Ratinho, o filho vê-se engolido pelos profissionais e fisiológicos da política local.

Menos de dois anos depois da reeleição de Beto Richa ao governo estadual, não resta mais a menor chance de que o deputado estadual Ratinho Júnior (PSD) se torne seu sucessor nato nas eleições de 2018. 

O motivo dessa reviravolta nas aspirações políticas do jovem parlamentar, alçado à condição de secretário de Desenvolvimento Urbano de Richa, atende pelo nome de Ricardo Barros, o matreiro.

Tudo por culpa do próprio Ratinho Júnior, que se conformou com a promessa de Richa de fazê-lo seu candidato – o que hoje, com o desastre administrativo que se revelou o atual mandatário, não significa grande coisa. 

Aliás, pode ser mais útil a qualquer um com protensões eleitorais desvincular-se de Richa e caminhar pelas próprias pernas. Sim, pois as trapalhadas do governador, em última análise, deixaram secretários como Ratinho sem dinheiro para o necessário suporte financeiro e eleitoral junto aos descontentes prefeitos.

Ratinho Júnior engolido

Seja como for, o fato é que Barros – deputado federal e ex-secretário da Indústria e Comércio de Richa – não para de articular.

 Primeiro, enquanto cuidava da própria eleição, fez da única filha, Maria Victória, deputada estadual, e da mulher, Cida Borghetti, vice-governadora do Paraná.

 Num possível impedimento de Richa – hipótese que deve ser fortemente considerada, uma vez que pedalou como a presidente Dilma Rousseff e uma penca de governadores e pedaladas foram consideradas crime de responsabilidade – é a patroa quem vai assumir o comando do estado.

Agora que se tornou ministro da Saúde, e detém poder o suficiente para articular por Richa junto a áreas melhor aquinhoadas com verbas no governo federal, cada vez mais emerge o nome da simpática Cida para ocupar o Palácio Iguaçu em 2019. E cada vez mais distante dele vai ficando Ratinho Júnior – um campeão de votos.

É a velha história: quem muito quer, com nada fica. Estimulado pelo “papai”, o empresário e apresentador Ratinho, o filho vê-se engolido pelos profissionais e fisiológicos da política local.

 Outrora amigo íntimo do ex-presidente Lula e da sua sucessora, Dilma, agora Ratinho, o pai, deve estar se roendo de arrependimento das alianças estabelecidas pelo herdeiro em nome de um futuro político.

 Futuro este que se distancia das pretensões imediatas do filho, que terá que se contentar em continuar sendo deputado (estadual ou federal), já que lhe cortaram o oxigênio para voos mais altos.

Valdir Cruz

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