Segundo chanceler paraguaio, intenção é adotar uma suspensão política pelo rompimento da ordem democrática no país

Temer e Mauricio Macri, que passou ao líder brasileiro a presidência rotativa do Mercosul

Temer e Mauricio Macri, que passou ao líder brasileiro a presidência rotativa do Mercosul Foto: AFP / Andres Larrovere

Os chanceleres do Mercosul se reunirão no sábado para decidir sobre a suspensão da Venezuela do bloco “em razão da ruptura da ordem democrática”, anunciou nesta quarta-feira, 2, o chanceler paraguaio, Eladio Loizaga. “A convocação foi feita pela presidência pro tempore do bloco, que está nas mãos do Brasil”, disse Loizaga a jornalistas em Assunção, esclarecendo que “não está definido” se a reunião será realizada em São Paulo ou em Brasília.


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Ao ser consultado sobre se a Venezuela será suspensa ou expulsa, o diplomata afirmou que é uma suspensão de ordem política. “Administrativamente, (a Venezuela) está suspensa quanto a seus direitos”, acrescentou.

A Venezuela está suspensa do Mercosul desde dezembro por descumprir obrigações comerciais com as quais se comprometeu quando se incorporou ao bloco, em 2012. Em abril, o Mercosul ratificou a medida e iniciou um processo de consultas com Caracas ao considerar que a ordem democrática tinha sido rompida.

Loizaga argumenta que se trata de “uma medida política muito forte”, considerando que “o Mercosul nasceu em 1990 depois que os países da região recuperaram a democracia”, que, segundo ele, faz parte “do DNA” do bloco comercial.

Segundo Loizaga, a duração de uma eventual suspensão política dependerá do tempo que a Venezuela levará para demonstrar “que foi restituída a ordem democrática e o estado de direito”.

A ideia é avaliar se o país respeita a democracia tal como previsto no Protocolo de Ushuaia. Nesse caso, a punição máxima prevista é também a suspensão. Ou seja, não haveria grandes mudanças do ponto de vista prático. Mas uma eventual punição serviria para deixar claro que, na avaliação de Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, a Venezuela não respeita os princípios democráticos. Seria, portanto, mais uma forma de pressão internacional sobre a Venezuela. 

AFP/Estadão Conteúdo

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