A TCP, empresa que administra o Terminal de Contêineres de Paranaguá, celebra em 2025 uma década do projeto Troca Solidária, iniciativa que alia responsabilidade social, educação ambiental e geração de renda para as comunidades insulares da Baía de Paranaguá. Desde 2015, mais de 570 toneladas de materiais recicláveis foram corretamente destinadas, alcançando mais de 900 participantes ao longo de sua história.
Na prática, o funcionamento do projeto é viabilizado por uma logística adaptada à realidade local. Um barco itinerante navega até as ilhas de Amparo, Europinha, Eufrasina, Itibere, Piaçaguera, São Miguel e Ponta de Ubá, recolhendo os materiais recicláveis levados pelos moradores. Em troca, os participantes recebem uma moeda social, que pode ser utilizada em um mercado flutuante para adquirir alimentos e itens de higiene com valores bem abaixo dos praticados no varejo. Já na Ilha dos Valadares, onde o acesso pode ser feito por meio de ponte, existem dois pontos fixos de coleta, nos bairros Sete de Setembro e Vila Bela.
Entre os produtos mais comprados pelos participantes estão o pacote de um quilo de arroz (R$ 2,50), o pacote de 500 gramas de café em pó (R$ 7,00), o litro de leite (R$ 2,50), a garrafa de 900 ml de óleo de cozinha (R$ 3,50) e o pacote de um quilo de açúcar (R$ 2,50). Dessa forma, cada edição mensal permite que as famílias economizem, em média, o equivalente ao custo de uma cesta básica, estimada entre R$ 120 e R$ 140.
“O Troca Solidária é um dos projetos mais longevos e de maior sucesso da TCP, e esse resultado está diretamente ligado à forma como a preservação do meio ambiente e a geração de renda estão conectadas. Com esta iniciativa, as famílias que vivem nas comunidades insulares têm acesso facilitado a itens essenciais de mercado, ao passo que também contam com um serviço de coleta e destinação correta de resíduos recicláveis”, explica Kayo Zaiats, gerente de meio ambiente da TCP.
O crescimento do projeto ao longo dos anos reflete exatamente esse impacto. Em 2019, a média de participantes era de 62 por mês. Já em 2025, o Troca Solidária alcançou uma média de 126 participações mensais — maior índice já alcançado, o que representa mais que o dobro do registrado há seis anos.
Para Zaiats, essa adesão crescente reflete a confiança dos moradores no projeto e os benefícios diretos percebidos pelas comunidades atendidas. “Observamos que a satisfação dos participantes tem aumentado com relação à variedade, à qualidade e aos preços dos itens disponíveis no mercado flutuante”, completa.
Geração de renda e educação ambiental
Além de facilitar o acesso a itens de mercado e a coleta de resíduos recicláveis nas comunidades insulares, o Troca Solidária também é fonte de renda para os membros da Associação de Coletores e Recicladores Nova Esperança, da Ilha dos Valadares, que recebem esse material para ser devidamente destinado.
Além de facilitar o acesso a itens de mercado e a coleta de resíduos recicláveis nas comunidades insulares, o Troca Solidária também é fonte de renda para os membros da Associação de Coletores e Recicladores Nova Esperança, da Ilha dos Valadares, que recebem esse material para ser devidamente destinado.
A continuidade do projeto ao longo dos últimos dez anos consolidou práticas de descarte consciente e reciclagem entre os moradores, fortalecendo uma mudança de comportamento que deve atravessar gerações. Muitos participantes atuais tiveram seu primeiro contato com a separação de resíduos por meio da iniciativa, o que demonstra como o aprendizado promovido se mantém vivo e permanente na rotina das comunidades atendidas.
“Quando falamos em impacto, não se trata apenas da geração de renda, mas também da preservação dos recursos naturais que sustentam a vida no litoral”, explica Zaiats. “O recolhimento adequado evita que toneladas de resíduos sejam descartadas em rios, manguezais e outros ecossistemas sensíveis, contribuindo diretamente para a proteção da fauna, da flora e da qualidade da água”.
Atualmente, o projeto conta com nove pontos de coleta ativos, além do barco itinerante, que garante acesso às comunidades insulares. Para os próximos meses, a expectativa é ampliar ainda mais o alcance das ações, mantendo o compromisso com a educação ambiental, a destinação correta dos resíduos e a geração de impacto social para Paranaguá.