O Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade Federal do Paraná (MAE/UFPR), localizado no Centro Histórico de Paranaguá, será o palco da exposição “Mbyá Rekó Arandu: A cultura Guarani Mbyá do Litoral Paranaense”. A exposição, realizada pela TCP, empresa que administra o Terminal de Contêineres de Paranaguá, em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e com a Acquaplan Tecnologia e Consultoria Ambiental, contará com uma cerimônia de abertura para convidados no dia 2 de julho, às 16h, reunindo lideranças indígenas, representantes da TCP, do IPHAN, do MAE/UFPR e autoridades municipais. A visitação ao público geral estará aberta a partir de 3 de julho, das 8h às 20h.
Um dos destaques da programação é a apresentação do coral da aldeia Araçaí, que se apresentará no início e no encerramento do evento. Durante a cerimônia, os convidados também poderão participar de uma visita guiada pela exposição — que reúne fotografias, vídeos e objetos produzidos por pesquisadores indígenas das seis aldeias Guarani Mbyá do litoral: Araçaí (Piraquara), Karaguatá Poty e Guaviraty (Pontal do Paraná), Pindoty (Paranaguá), Kuaray Haxá (Morretes) e Kuaray Guata Porã (Guaraqueçaba).
A iniciativa integra o “Programa TCP de Gestão dos Bens Culturais Guarani Mbyá”, voltado à valorização da cultura Mbyá do litoral paranaense. Kayo Zaiats, gerente de Saúde, Segurança do Trabalho e Meio Ambiente da TCP, explica que a mostra foi fruto de um processo construído com escuta atenta, pesquisa conjunta e participação ativa das aldeias envolvidas:
“Nosso compromisso é fortalecer o protagonismo dos Guarani Mbyá na preservação e divulgação de seus conhecimentos, espiritualidade e territórios sagrados. Para isso, buscamos oferecer ao público um percurso imersivo por elementos centrais da cultura indígena, com destaque para seus rituais, língua e formas de organização comunitária, de maneira que o visitante possa conhecer mais sobre a diversidade cultural do litoral paranaense”, afirma o gerente.
Ao longo da mostra, os visitantes poderão conhecer 28 fotografias, três vídeos temáticos inéditos e cerca de 12 objetos cerimoniais, como o Petynguá (cachimbo), Takuapu (bambu longo e oco), Mbaraká (violão), Mbaraká Mirim (chocalho), Angu’apu (tambor), entre outros, relacionados aos bens culturais: Yvy Rupá (território sagrado), Opy (casa de reza), Nhemongaraí (cerimônia de batismo das sementes e das crianças), Xondaro (guardiões e guerreiros responsáveis por proteger a aldeia), Língua Guarani e Tava (local sagrado).
Para a diretora do museu, Bruna Marina Portela, a exposição é resultado de um trabalho longo e coletivo. “Essa mostra começou a ser construída ainda em 2024, envolvendo diferentes equipes e um profundo respeito aos processos das comunidades Guarani Mbyá. Para o MAE-UFPR, apoiar esta iniciativa reafirma o nosso compromisso com a valorização das culturas indígenas, oferecendo um espaço em que as próprias comunidades possam apresentar suas narrativas e seus saberes”, afirma.
da Assessoria